segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Deja Vu

Deja vu.
O dia de hoje já passou, e eu estava lá.
O de ontem também já tinha passado, e minha presença também foi confirmada.
As coisas que andei/ando sentindo, não são de agora.
O cheiro do primeiro vento gelado anunciando que daqui pra frente o tempo começa a ficar mais frio, a sensação de conforto das roupas aposentadas, a visão que acusa alguém novo, num lugar velho.
É tudo o mesmo, e tudo diferente.
Eu já estive aqui. 
Tantas vezes...
Mas acho que a experiência acumulada não me fez mais forte, ou melhor, ou mais esperta.
Acho que talvez ela seja nula, quase que insignificante.
Não muda nada. Ainda sinto medo quando o vento muda a direção repentinamente, e me vem aquele arrepio me causando um misto de surpresa e tensão.
Ainda acho graça das frases feitas, dos desenhos prontos, das poesias compradas...
Ainda fico sem saber o que dizer quando a compreenssão dos fatos me foge do raciocínio.

Deja vu.
O lápis que caiu da mesa, e quebrou a ponta recem feita.
O trecho da música que tocou no exato momento em que ergui a cabeça pra dizer gentilmente um oi a alguém.

Deja vu.
As antigas cartas, com termos que eu não sei de onde vieram mas foram escritos a próprio punho.
As declarações sedutoras e vazias de alguém que nunca ví.

Deja vu.
That's it...Deja vu.

A paisagem na janela eu sei que vai se repetir por alguns pares de anos.
Mas as folhas das árvores já não carregam o mesmo tom de cor.
E o mais engraçado é o vazio.
Não me refiro aquele vazio deprimente das horas de solidão, ou angústia, ou qualquer sentimento que te faça cair em prantos por desespero.
Me refiro sim ao vazio da calma que se instala no coração de quem pensa já ter visto de tudo. O vazio do silêncio de quem parou, respirou... e passou só a observar o tempo passar.
O vazio de quem procurou incessantemente uma razão p manter a calma.
E conseguiu.
O vazio das horas de espera.
Calma.
Tranquila.
Serena.

"...E ela acreditava em anjos, e por isso eles existiam..."


Texto por: Suh Cara De Morta

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