terça-feira, 30 de novembro de 2010

Nós Mesmos

A VERDADE MESMO É QUE ESSES VERMES
VERMES MUITO DISTINTOS, SAPATOS E FRAQUE
NOS DEVORAM TANTO NO DIA COMO NA NOITE
AO SABOR ESPUMANTE DE SEU CHAMPANHE

E NOS RELIS REFEIÇÃO, NADA FAZEMOS
A NÃO SER RECLAMAR O SABOR DO MOLHO
INEFÁVEIS, DE GARFO E FACA DE PRATA
USANDO DA MAIS PURA E INEFÁVEL ETIQUETA

QUE PENSAIS MEROS MORTAIS, MEROS MORTOS
AH, HAHA, PODEM PENSAR LOUCO, MOÇO LOUCO
MAS LHES DIGO MORTOS, ESTÃO MORTOS
AO QUE ME RECITAM LOUCO, ESTAIS LOUCO

A MINHA LOUCURA É O QUE ME CONSERVA
LONGE DAS BOCAS FAMINTAS E SALIVADAS
DOS CANIBAIS DE CABEÇAS QUE PENSAM
POREM AS MAIS FÁCEIS NÃO PENSAM

NOS NESSE ANSEIO PELA VIDA BEM VIVIDA
ESSA CORRIDA INTERMINÁVEL PELA FELICIDADE
AH, POR TUDO QUE PODEMOS TER DE PRAZERES
E QUALQUER COISA QUE POSSAMOS CONTAR

AO QUE PERCEBEMOS NOSSO INSTINTO FAMINTO
JÁ DEVORAMOS NOSSOS PRÓPRIOS CORPOS MORTOS
TODO SEM VIDA TEMPERADO AO SANGUE VERMELHO
AO FIM, O PRATO PRINCIPAL ESTOMAGO CHEIO

AH VERMEZINHOS ONDE ESTA O QUE COMERAM
NÃO SOBROU NADA, PARTAM PARA OUTRO CADÁVER
DEIXEM OS OSSOS PROCURANDO POR USA PELE
UM LANCE ASSIM DE QUÍMICA, JÁ NÃO PODE HAVER

A QUÍMICA DA CARNE PUTREFATA, FOI DEVORADA
MAS AINDA EXISTE ADUBO ANDANDO NA GRAMA
CORRAM VERMES CORRAM, RASTEJEM PARA REFEIÇÃO
SINTAM-SE SERVIDOS DAR-LHE-VOS-EI DE PRONTIDÃO

ERGUER-ME-EI DAS COVAS DONDE NUNCA ADENTREI
DAR-TE-EI OS CORAÇÕES ESMIGALHADOS NA BANDEJA
EU ME ALIMENTAREI DO QUE PENSARES E SORRIREI
SEREI ETERNO A DAR-LHE O QUE NÃO DESEJAS

SER-ME-IA PRAZEROSO OUVIR-LHE A FALAR
POREM TUA LÍNGUA OS VERMES SE PUSERAM A DEVORAR
QUE MAGNÍFICO JANTAR FOSTE A TUA FALA
SERÃO TEUS OLHOS E TEUS OUVIDOS NO TEU DEGUSTAR

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