sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Coruja

HOJE UMA CORUJA CRUZOU O CEU
EM MEIO AOS MEUS OLHOS FUMACEADOS
QUERIA TER OS OSSOS OCOS
E AS ASAS ABERTAS PRA VOAR

NO CÉU GELADO DA NOITE SOB AS ESTRELAS
NO MEIO DAS GALÁXIAS NA LIBERDADE
TENDO COMO ÚNICO DESTINO O HORIZONTE
O SOL NASCENTE OU A LUA QUE BRILHA

MINHA PELE PESA SOBRE MEUS PÉS NO CHÃO
MEUS BRAÇOS NÃO ME ALÇAM PRO INFINITO
NEM POSSO PULAR DO ALTO SEM MORRER EM VÃO

O QUE ME RESTA OBSERVAR E MORRER
PENSAR NO FIM SEM VOAR NEM ADENTRAR
NA NOITE QUE MORRE NO DIA QUE NASCE

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