Montanha Desabada

DAS EPIFANIAS DAS MENTES SUBJUGADAS E ENTERRADAS
ESQUECIDAS NO SUBMUNDO E MARGINALIZADAS PELAS REGRAS
SAEM OS PENSAMENTOS MAIS LÚGUBRES, POREM SINCEROS
A VERDADE FEIA QUE SE TENTA ESCONDER PINTANDO

O AMOR QUE TRANSBORDA DILACERANDO E EXPONDO VÍSCERAS
NO BATIMENTO TORTO DOS CORAÇÕES QUEBRADOS SEM TRAVAS
ALGUMAS PALAVRAS BATEM COMO CLAVAS MEDIEVAIS FURIOSAS
SEM ESCUDOS NEM COURAÇAS CADA PANCADA É SENTIDA

O SENTIR QUE PASSA DAS CONVENÇÕES DITADAS DA SOCIEDADE
NASCIDO DA LAMA DA REALIDADE ENXOVALHADA É MAIS FORTE
QUE AQUELE DE CRISTAL BRILHANTE LUSTRADO DIA E NOITE
PEDAÇOS DILACERADOS QUE CONHECEM A IMUNDÍCIE DA CARNE

DAS PALAVRAS MAIS TOSCAS COM AS REALIDADES MAIS FÚNEBRES
SEREMOS ETERNAMENTE LIGADOS POR UM AMOR DE VERDADE
NOS ABRAÇAMOS COM AS GARRAS AFIADAS BANHADOS EM SANGUE
ACOMPANHANDO O TOQUE BRUTAL DO TEMPO QUE PASSA CONSTANTE

O Mar Poderia Ser Verde

ATÉ PARA ALÉM DE ONDE A LUZ TOCA, O UNIVERSO
DO PONTO MAIS CLARO ATÉ NO INFINITO PONTO MAIS ESCURO
NUM CONTEXTO ONDE TUDO É ABSOLUTAMENTE FÚTIL
SOMOS O NADA DE NENHUMA COISA SUMARIAMENTE INÚTIL

MAS ATÉ O LIMITE DE ONDE TOCAM OS MEUS SENTIDOS
MORAM MEUS PEQUENOS E LIMITADOS MUNDOS
NESTE ÍNFIMO LUGAR TUDO ME É MUITO PRECIOSO
E TU TE ENCONTRAS EM UM LUGAR MUITO HONROSO

NOS LIMITES DESTE MEU CERCO, MEUS ARREDORES
A IMENSIDÃO DO MUNDO É INSIGNIFICANTE
NAS TUAS PALAVRAS EU ENCONTRO PLENITUDE

NÓS DENTRO DO UNIVERSO SOMOS MERA FUTILIDADE
MAS O UNIVERSO PERTO DE NÓS É MERA CASUALIDADE
POSSO ZOMBAR DE TUDO, POIS SEI QUE ME ENTENDES